Josué de Castro

Josué de Castro
Josué de Castro - o mais importante brasileiro do século XX

sexta-feira, 31 de outubro de 2014


JOSUÉ DE CASTRO

E AS FERIDAS ABERTAS QUE OS PODEROSOS

INSISTEM EM NÃO CURAR

José Romero Araújo Cardoso – UERN-Mossoró (RN)

Benedito Vasconcelos Mendes – UERN-Mossoró (RN)

As paisagens urbanas e rurais, através de sua geografia humana, sobretudo, nas periferias do capitalismo globalizado que marca os dias atuais, vêm sendo caracterizadas pelas manifestações aviltantes cada vez mais agudas do drama da fome, que “consagram” o significado da exclusão de grande parcela dos seres humanos, espalhada pelos quatro cantos do Planeta, e que ainda não foi beneficiada pelas conquistas tecnológicas, bem como pela capacidade de gerar emprego e renda decentes que garantam melhores dias, formulando, de forma efetiva, o real sentido da cidadania.

Os donos dos meios de produção selecionam metodicamente espaços que são e serão beneficiados pela ação do capital em suas múltiplas metamorfoses e interesses, relegando ao esquecimento os que não interessam de imediato à reprodução das estruturas de poder.

São os espaços marginalizados que não servem a curto ou médio prazos,
muitas vezes também a longo prazo, aos propósitos definidos em infindáveis reuniões temperadas pelo gosto refinado por dinheiro em quantidade absurdamente estratosférico.

Assim, cotidianamente milhares de pessoas são atiradas no fosso da miséria, da pobreza e da fome, pois sem perspectivas de melhores dias amargam a triste realidade do abandono e do infortúnio, sendo submetidas à escravidão da falta de interesses dos poderosos que as enxergam apenas como frios números das estatísticas que permitem absurda maximização de lucros com interessante minimização de custos para aqueles que são contemplados pelas benesses do sistema.

Citando exemplo clássico presente nas distorções inter-regionais brasileiras, indubitavelmente podemos afirmar que em consonância com o despovoamento do campo no nordeste brasileiro desponta de forma imperiosa o agrobusiness em determinados espaços rurais previamente selecionados, dotado de tecnologia de primeiro mundo. Em contrapartida, a agricultura familiar vem sendo notavelmente prejudicada e desestimulada em razão que percentual significativo dos investimentos garantidos pelas políticas públicas voltadas para o agro, viabilizadas pela ação do Estado, destina-se ao sucesso da produção agrícola concentrada em atender as exigências do mercado externo a fim de gerar divisas para fomentar a política paternalista que caracteriza a atuação do Estado em garantir os privilégios da poderosa classe que detém o poder.

Além do mais, os poucos recursos destinados ao fomento da agricultura familiar não vêm acompanhados de necessária e eficaz instrução técnica que permita favorecer o sucesso da produção e da comercialização agropecuária, não esquecendo ainda que existem graves denúncias de corrupção envolvendo a destinação dos recursos para este setor produtivo que garante inúmeros benefícios para suprir o mercado interno, ao contrário do primo rico que se dedica a atender as exigências externas cada vez mais sofisticadas. O resultado óbvio é o recrudescimento da situação de penúria dos que sofrem com a intransigência da lógica do capital, avançando de forma desumana as conseqüências trágicas da desnutrição.

Crianças, elos frágeis da teia maléfica montada pelo capitalismo, perdem a visão por falta de alimentos, ficando apenas no couro e no osso devido à ausência de proteínas que possam garantir a sobrevivência e engrossando dia-a-dia as estatísticas referentes à mortalidade infantil, motivada por doenças provocadas pela fome.

Esqueléticas e famintas, desfilam suas desditas pelos espaços menos privilegiados das favelas, alagados, palafitas, pontes, campos adustos, lócus urbanos sem infraestruturas e outros locais usados como moradias, pois, sinônimos da ausência de compromissos, esses lugares se constituem nos territórios da fome e das privações.

Enquanto isso, os poderosos que mandam e desmandam não demonstram sensibilidade, comoção, atitude alguma concreta, que seja pragmática de fato, que possa reverter o quadro surreal que vem tomando aspecto tétrico, cada dia pintado de forma mais intensa com cores berrantes que revelam o drama da miséria e da fome, da insensibilidade de parcela intransigente da humanidade satisfeita e feliz com o esquema montado sobre privilégios.

Recantos esquecidos espalhados na imensidão nordestina abrigam populações famintas e desvalidas cujas condições de vida são iguais às apresentadas pelos grandes bolsões de carência crônica do continente africano, pois os indicadores sócio-econômicos teimam em se repetir em cada amostragem populacional que busca revelar a situação do povo brasileiro, embora saibamos que muitas foram propositalmente maquiadas para atender determinados interesses.

Mães aflitas, viúvas das secas e dos descasos, choram pelo destino que o sistema relegou aos seus filhos, aos quais tudo é negado, desde um prato de comida decente à educação de qualidade que possa garantir-lhes um futuro melhor, com esperanças e felicidades, não esquecendo ainda que saúde também é algo negado de forma injuriosa e infame. A injustiça tornou-se palavra de ordem no imaginário dos poderosos. Historicamente, a pobreza vem sendo tratada como caso de polícia, pois exemplo disso temos na forma desumana como os aparelhos repressivos do Estado trataram Canudos, como verdadeiro caso de segurança nacional, simplesmente porque a sociedade alternativa fundada no sertão baiano conseguiu superar os limites extremos da exploração desmedida capitaneada pelo draconiano latifúndio que impera desde a formação sócio-econômica brasileira.

A intensificação do drama da fome foi profetizada e alertada pelo cientista Josué Apolônio de Castro (Recife – 05/09/1908 – Paris–24/09/1973) quando de sua magnífica campanha em prol da erradicação do maior drama da humanidade, mas desde então nada foi feito, pelo contrário, pois o problema ainda está sendo encarado como um tema proibido, o qual escancara a mesquinhez contida na manutenção e na reprodução das estruturas de poder que privilegiam poucos e humilham a grande maioria excluída do complexo processo que caracteriza os dias atuais.

A ousadia e a independência de Josué de Castro, quando denunciou a fome como flagelo fabricado pelos homens, foram responsáveis por momentos ímpares na história da humanidade, mas que, infelizmente, responsabilizaram-se também pelos momentos de angústia que o levaram à morte prematura em seu exílio na França, imposto pela intransigência dos militares que derrubaram o governo constitucional de João Goulart, histórico herdeiro político de Vargas.

Refletir sobre as bases do pensamento do importante teórico nacional, reconhecendo a importância da atualidade de suas pregações e defesas, é condição sine qua non para que busquemos lutar pela superação dos aviltantes contrastes que separam incluídos e excluídos, contribuindo dessa forma para a consolidação de um mundo melhor, com justiça social e harmonia para o gênero humano. Insistindo em não curar as feridas abertas com o drama da fome, os poderosos do planeta alimentam insatisfações cujas conseqüências poderão se revelar imprevisíveis, pois a partir do momento que o grito dos excluídos tornar-se mais intenso e estridente talvez a composição contida na superestrutura não surta tanto efeito a fim de abafar as reclamações que se avolumam de forma impressionante devido a ausência de amor que vem sendo observada na conjuntura em que impera a ganância e a falta de compromissos com a sofrida realidade humana daqueles que estão à espera de olhares mais humanos e compenetrados com suas situações desesperadoras.

A publicação pelo alto comando militar do Ato Institucional número 1, em abril de 1964, trouxe em sua lista os nomes cassados de vários políticos e personalidades ligados ao governo deposto de João Goulart, encontrando-se entre esses o do médico, geógrafo e sociólogo brasileiro, cidadão do mundo, Josué Apolônio de Castro, autor de grandes clássicos como Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951), considerados importantes contribuições para as causas humanas, publicados pós-segunda guerra mundial.

Josué de Castro escolheu a França para o exílio, voltando a ministrar aulas em grandes instituições de ensino superior, como a Sorbonne e Vincennes. Instalado na capital francesa, intensificou a luta humanista que marcou toda a vida do grande cientista nacional.

No Brasil, a ditadura militar considerou Josué de Castro persona non grata, recolhendo seus livros das bibliotecas e das universidades nacionais. Quem fosse pego lendo Geografia da Fome, ou outro clássico escrito pelo homem que lutou contra a desnutrição e em prol da paz, estava passível de ser enquadrado na lei de segurança nacional, pois sua produção tornou-se tema proibido.

Escancarar as estruturas de dominação forjadas pelo homem contra o próprio homem foi considerado o grande pecado de Josué de Castro, pois sua ousadia ao denunciar as injustiças sociais garantiu-lhe a ira de inimigos poderosos, pessoas beneficiadas pelo modelo que ainda tem sua vigência nos dias atuais, principalmente quando, com a urbanização anômala e acelerada, recrudesceu o problema da fome e da miséria.

Constatar que Josué de Castro e sua vasta produção ainda são desconhecidos soa como algo misterioso e inadmissível em pleno século XXI, tendo em vista a importância e a atualidade do pensamento deste teórico nacional para a compreensão e elucidação dos graves transtornos sociais que se agigantam cotidianamente, pois a confirmação de profecias feitas há mais de quarenta anos é reconhecida no presente.

Por essa razão, justifica-se a busca para alcançar objetivos definidos em projeto de extensão apresentado ao Departamento de Geografia do Campus Central da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, denominado Discutindo a importância e a atualidade do pensamento de Josué de Castro em Escolas Públicas Municipais e Estaduais de Mossoró/RN.

Intuindo assinalar a participação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte nas comemorações do centenário de nascimento de Josué de Castro, ocorrido no ano de 2008, buscamos assistir a um público-alvo bastante parecido no que tange às origens do injustiçado cientista brasileiro.

Quando da aplicação desse projeto de extensão, observamos imediata identificação dos alunos com a vida, com as idéias e com a permanência de suas defesas. Nascido em zona miserável da capital pernambucana, no dia 5 de setembro de 1908, Josué de Castro nunca esqueceu suas origens, pois, mesmo quando desempenhava a mais alta e importante função, quando de suas gestões no Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, criada sob os auspícios do seu particular amigo Lord J. Boyd Orr, sempre voltava aos mangues recifenses para ouvir seus personagens de infância, os catadores de caranguejos, saber como vivam, o que pensavam e o que sofriam devido à intensidade das mazelas sociais que nos dias de hoje são mais intensas e profusamente presentes em nossa sociedade.

Josué de Castro teve a iniciativa de pintar o quadro social com cores berrantes, não poupando o dramático e tétrico problema da fome em sua real dimensão, tendo alertado as autoridades mundiais para o colapso geral caso não abrissem mão das vantagens impressionantes desfrutadas por uma pequeníssima minoria privilegiada e agraciada com todos os benefícios da exclusão da grande maioria, pois afirmou que um terço da população mundial não dormia temendo os outros dois terços que passavam fome.

A defesa intransigente da paz se constituiu em um dos pilares das propostas de solução para o problema da fome no planeta. Josué de Castro defendeu com entusiasmo que a segurança social, compreendida pelo investimento em saúde, educação, cultura, nutrição, etc., é muito e infinitamente mais importante que a segurança nacional baseada em armas, não se justificando o destino astronômico de recursos para a modernização do setor armamentista, o qual tem uma única finalidade, qual seja, fomentar a morte e a destruição.

Com certeza, encontra-se uma importante explicação para o ódio devotado pela ditadura militar contra Josué de Castro nesta máxima em prol da vida, da harmonia e da solidariedade entre os povos.

A indicação de Josué de Castro duas vezes para o Nobel da Paz encontra-se na intransigência com que defendeu a idéia de que a felicidade humana, traduzida na segurança social, é mais importante do que a ênfase aos disparos de canhões e metralhadoras que levam a desgraça aos quatro cantos do planeta.

Levar o exemplo de Josué de Castro para estudantes do ensino fundamental de escolas públicas municipais e estaduais, seja de Mossoró ou de qualquer outro município potiguar ou brasileiro, constitui-se, indubitavelmente, em importante fundamento que alicerça a formação de novas consciências, tendo em vista que ao superar a pobreza crônica, apostando na educação e na cultura, fez de Josué de Castro modelo a ser seguido a fim de buscar novos horizontes em uma sociedade estruturada de forma rígida e inflexível no que diz respeito à manutenção dos privilégios que a cada dia que passa se tornam mais intensos e desrespeitosos para os que sofrem com as condições sociais aviltantes impostas pelos homens contra os próprios homens.

Em 1º de abril de 1964, o pernambucano e cidadão do mundo Josué Apolônio de Castro se encontrava ocupando o posto de embaixador do Brasil junto aos organismos da ONU, em Genebra, Suíça. Na década de 50 havia ocupado a presidência da FAO, marcando época em razão da forma intransigente como defendeu o acesso pleno da população do globo às conquistas da era moderna, incluindo, primordialmente, o direito de toda a população do planeta desfrutar de nutrição digna, bem como a implementação de uma existência humana sob a égide da paz.

Com o advento do regime militar, triunfando idéias reacionárias e conservadoras, as quais se contrapunham às propostas inovadoras do governo Jango, Josué de Castro pediu demissão do alto cargo que ocupava a serviço do governo democrático brasileiro.

Esse brasileiro que lutou incessantemente em prol da paz e pela erradicação da fome no planeta encabeçava lista de banidos, divulgada pelo Ato Institucional nº 1, cuja publicação foi efetivada onze dias após o golpe de 1964. Os militares escolheram a dedo importantes personalidades dos cenários político-sociais e intelecto-culturais brasileiros, consideradas esquerdistas, cujas idéias eram contrárias à bandeira erguida sobre o lema “Deus, Pátria e Família”, tornando-os renegados. Os objetivos, claros e óbvios, eram destilar ódio e garantir a manutenção do status quo que estava sendo ameaçado pelas ideias populistas do herdeiro político de Vargas, deposto pela força das baionetas, bem como das de suas bases de sustentação, as quais abrigavam também os temidos comunistas.

Josué de Castro escolheu Paris, capital da França, para fixar-se com a família durante o exílio, o qual pensava ser breve, em sua lúdica imaginação. Lecionou em instituições de ensinos superiores francesas e se aproximou mais ainda de importantes personalidades mundiais, frisando que o mesmo era uma dessas. Nas décadas de 50 e 60 do século passado, três figuras eram indispensáveis quando das reuniões da Organização das Nações Unidas, cujos temas se referissem ao gênero humano: Lord Boyd Orr, o idealizador da FAO, Bertrand Russel e Josué de Castro. Esse grande brasileiro não esqueceu de dar continuidade às suas batalhas em prol da melhoria da qualidade de vida de significativa parcela da humanidade, a qual ainda sofre de forma inclemente com os efeitos da fome epidêmica. Concentrou sua preocupação e propostas, primordialmente, na busca de solução para os dramas que afligem excluídos do Terceiro Mundo.

Pacifista por convicção, Josué de Castro acreditava que, revertendo o montante volumoso de capitais destinado ao armamentismo, aplicando-o na produção visando atender necessidades básicas dos seres humanos do planeta, seriam atingidos níveis satisfatórios de desenvolvimento humano em todo o mundo.

Condenou com veemência a dinâmica da indústria bélica, alimentada pelo ódio e pela busca da hegemonia, do poder estratégico em diversas escalas. Os militares, cujo pensamento era contrário às idéias e às lutas encabeçadas por Josué de Castro, sabiam da importância desse cientista e ativo militante político, principalmente no que diz respeito à necessidade.

As instituições de ensinos superiores foram proibidas de comentar, explanar, divulgar ou até mesmo fazer breves referências sobre o homem que revolucionou a Ciência, devido à inovação metodológica que permitiu mapear os grandes problemas sociais enfrentados pelo país e pelo mundo. Livros de sua autoria foram banidos das universidades brasileiras e bibliotecas, sendo declarados malditos. Sua principal obra, intitulada Geografia da Fome, de 1946, é um marco no que diz respeito à elucidação dos contrastes da realidade brasileira. Cinco anos depois, quando do lançamento de Geopolítica da Fome, Josué de Castro dinamizou o mais importante estudo realizado no planeta sobre o grande flagelo que maltrata parcela significativa da humanidade.

A pregação pacifista de Josué de Castro, bem como sua desmistificação ao ufanismo que caracterizou acentuadamente as décadas de cinqüenta e sessenta, provando cientificamente os males e as agruras da fome, até então ocultos, o transformou em persona non grata ao regime militar brasileiro, então representante e gestor dos interesses da elite hegemônica e do capital transnacional. Em Paris, Josué de Castro tentou, sem nenhum sucesso, fazer com que a embaixada brasileira enfatizasse os trâmites legais a fim de que este renomado cientista pudesse regressar ao solo brasileiro. Todos os seus pedidos foram insistentemente negados.

A Ditadura Militar, cujos dirigentes viam o armamentismo como condição imprescindível de existência, enxergava em Josué Apolônio de Castro uma ameaça potencial à efetivação de seus interesses, de servir à burguesia em suas pretensões de maximização de lucros.

Lutar em favor dos deserdados do sistema representaria contestação inadmissível ao poder das baionetas. Torturas e inúmeras arbitrariedades, assessoradas pelo Ato Institucional nº 5, eram fatos corriqueiros na conjuntura nefasta dominada pelo terror imposto pelos militares.

Uma semana antes do dia 24 de setembro de 1973, quando faleceu o mais influente e importante cientista e militante político brasileiro do século XX, morto de infarto e, mais ainda, provocado pela saudade do Brasil, detentor do título de cidadão do mundo, indicado duas vezes para concorrer ao prêmio Nobel da Paz, entre outros, como o Prêmio da Academia de Ciências dos EUA, reiterou, sem sucesso, solicitação à embaixada brasileira de visto em passaporte.

Como Josué de Castro e suas ideias eram temidos pelos militares está traduzido no verdadeiro esquema de segurança montado pelos órgãos de repressão quando do seu enterro no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Acredito que a família cometeu um grave erro, pois Josué de Castro deveria ter sido sepultado na França, aumentando, dessa forma, o grau de culpa da Ditadura Militar no que diz respeito à maneira medíocre como essa infame estrutura de governo instalado no Brasil, a partir de 1964, estendendo-se até 1985, tratou o mais importante brasileiro do século XX. Os militares o levaram à morte em razão do amor e do compromisso que tinha com os excluídos do Brasil e do mundo, por não permitirem que ele sentisse o cheiro da pobreza do Brasil e, principalmente, dos mangues do Capiberibe, em Recife, Estado de Pernambuco, sua cidade natal, assim como do povo que ele acompanhou em sua infância pobre, que nos mangues busca o sustento, estando aí a razão original do despertar das lutas e das ideias desse espetacular homem de Ciência, cuja projeção e reconhecimento se revelaram espetaculares, a nível global, mas que se tornou vítima da infâmia e da mediocridade de uma parcela intransigente e conservadora da espécie humana, capaz de tudo para garantir privilégios.

Desconhecido da maioria das gerações presentes, Josué Apolônio de Castro, gradativamente, rompe o casulo que o ostracismo perverso dos militares determinou no ensejo do verdadeiro complô estruturado com o objetivo de alijá-lo da memória nacional.

Reconhecer a importância da clarividência disseminada pelas obras e pelas lutas desse grande brasileiro significa referendar a necessidade de intervir no modelo, tornando-o humano e menos fomentador de contrastes aviltantes entre as classes sociais.

Josué de Castro foi um profeta das Ciências Sociais no planeta. Quando da publicação de clássico intitulado Geografia da Fome no ano de 1946, lançado imediatamente pós-segunda grande guerra, um dos mais importantes livros de sua extensa produção, foi traduzido em vinte e cinco idiomas, demonstrando a importância da análise efetivada pelo consciente pernambucano.

A regionalização brasileira enfatizada em Geografia da Fome destacou a existência de cinco áreas com características singulares no que diz respeito aos aspectos nutricionais: A amazônica, o nordeste açucareiro, o sertão, o centro e o sul.

Josué de Castro inovou ao inserir perspectivas analíticas diferenciadoras da produção científica em voga, contestando as previsões apocalípticas de Malthus e denunciando a concentração da terra no Brasil. Provou que em 1946 havia condições concretas de alimentar a multidão de famintos se houvesse prioridade para a agricultura familiar.

Os livros Geografia da Fome e Geopolítica da Fome, este publicado no ano de 1951, renderam importantes prêmios internacionais a Josué de Castro. A luta em prol da paz fez com que o renomado cientista nacional fosse indicado duas vezes para o Prêmio Nobel destinado a esta categoria. Josué de Castro foi indicado ainda para concorrer ao Nobel de medicina em razão dos seus estudos sobre a nutrição no planeta. Infelizmente não foi contemplado em nenhum dos setores.

Pela publicação da Geografia da Fome, Josué de Castro recebeu o prêmio Roosevelt da Academia de Ciências dos EUA, e em razão de sua luta sem trégua por um mundo sem guerras, pela criteriosa ênfase ao pacifismo, recebeu o prêmio internacional da paz.

Nos dias de hoje, cerca de 16 milhões de pessoas, de brasileiros, vivem abaixo da linha da pobreza, sobrevivendo com menos de setenta reais por mês. Caso as pregações de Josué de Castro tivessem sido colocadas em prática há mais tempo, a situação desumana vivida por esses seres humanos, gente como a gente, não estaria tão grave, não obstante no presente estar havendo certo alento no que diz respeito à importância de determinadas políticas públicas que visam erradicar a fome e a pobreza crônica no Brasil, embora ainda primem pelo mero assistencialismo, pois a geração de emprego e renda é absolutamente necessária a fim de combater esses males sociais.

Eficaz distribuição de terras como devido implemento às condições necessárias a fim de fixar o homem no campo ainda não foi concretizada. O latifúndio e a ganância dos poderosos ainda perduram na atualidade, imperando as exigências do agrobusiness a fim de garantir as impecáveis exigências do mercado externo, reeditando a essência do pacto colonial que viabilizou o sistema de plantação.

Mais de 50% dos milhões de miseráveis brasileiros se concentram no Nordeste brasileiro, no qual nasceu Josué de Castro. Não mudou nada desde a publicação da Geografia da Fome, ou seja, a porção rica e privilegiada do espaço geográfico nacional encontra-se impecavelmente estruturada, não obstante haver pobreza a mais do que quando do lançamento do célebre livro, em razão do avanço da urbanização motivada principalmente pela industrialização tardia e dependente que começou a ser definida quando do governo entreguista de JK.

As denúncias esboçadas por Josué de Castro há sessenta e cinco anos ainda não suscitaram correção das distorções aviltantes que fazem da sociedade brasileira uma das que mais se destaca pela concentração abusiva de renda que se responsabiliza pela exponência da fome e da miséria absurdas no território nacional.

O projeto de extensão intitulado Discutindo a importância da atualidade do pensamento de Josué de Castro em Escolas Públicas Municipais e Estaduais de Mossoró/RN foi iniciado no primeiro bimestre de 2008. Buscamos marcar o centenário de nascimento de Josué de Castro, ocorrido em 5 de setembro de 2008, disseminando informações sobre suas ideias e perspectivas para os problemas sociais que afligem consideravelmente o planeta nos dias de hoje.

O que motivou a elaborar esse projeto de extensão foi a constatação de que Josué de Castro ainda é desconhecido da grande maioria, pois as imposições da ditadura militar no que diz respeito à necessidade, para os militares e para os donos do poder, de apagá-lo da memória nacional ainda tem sua vigência. Outro forte motivo para termos elaborado este projeto de extensão encontra-se na constatação de que a fome se intensificou extraordinariamente, cumprindo as profecias que Josué de Castro fez há mais de 40 anos. Além do mais, nunca foi preciso tanto que a paz, outro importante pilar do pensamento do cientista brasileiro, esteja presente em nosso cotidiano.

À frente desse projeto de extensão estão dois professores, lotados no Departamento de Geografia do Campus Central da UERN: Prof. Ms. José Romero Araújo Cardoso, coordenador, e Prof. Dr. Benedito Vasconcelos Mendes, subcoordenador. A UERN apóia o projeto através da institucionalização do mesmo, via Departamento de Geografia.

Os alunos demonstram bastante interesse, pois se identificam de imediato com as defesas de Josué de Castro, bem como com a vida dele, pois Josué teve uma infância pobre, bem humilde, com muito esforço chegou à posição desfrutada nas décadas de cinqüenta e de sessenta, quando se tornou uma das mais importantes personalidades do planeta. Levamos o exemplo dele para as salas de aula do ensino fundamental das escolas públicas municipais e estaduais de Mossoró, como forma de motivar os alunos a nunca desistir dos estudos, a seguirem os passos de Josué de Castro, pois ele superou a pobreza através da educação e da cultura.

Pretendemos assistir todas as escolas públicas municipais e estaduais de Mossoró, primeiro na zona urbana e depois na zona rural. Depois levaremos o projeto de extensão intitulado Discutindo a importância da atualidade do pensamento de Josué de Castro em Escolas Públicas Municipais e Estaduais de Mossoró/RN para outros municípios da região.

Josué de Castro parece que ainda é um tema proibido. O trabalho que a ditadura fez no sentido de ocultar o nome desse grande cientista e suas ideias ainda tem sua vigência. Timidamente, a mídia abre pequenos espaços para expor a importância desse grande brasileiro, mas as iniciativas ainda soam restritas, por isso Josué de Castro e suas defesas se constituem em informações quase inéditas para a maioria dos professores das escolas públicas municipais e estaduais que assistimos até o presente momento.

As principais ideias de Josué de Castro são que a fome é um produto de estruturas defeituosas, fabricada pelo homem contra o próprio homem, e que somente com amor e solidariedade poderemos superar os contrastes. Outra pedra angular do pensamento de Josué de Castro é que a paz é condição sine qua nonpara extinguir o drama da fome. Josué de Castro defendia que a segurança social é mais importante do que a segurança nacional baseada em armas, pregando a contenção imediata do armamentismo que exige bilhões e bilhões e que o montante resultante dessa poupança fosse investido em alimentação, saúde, educação, etc., na segurança social. Devido a esta defesa intransigente da segurança social, a ditadura militar elegeu Josué de Castro inimigo público número um, tornando-o persona non grata, pois ele morreu de saudades do Brasil quando do exílio na França.

Em primeiro lugar notamos que há nítida motivação, constatada através das fotografias da aplicação do projeto, em seguida a contribuição encontra-se no despertar de novas consciências acerca dos problemas nacionais, pois a essência do pensamento de Josué de Castro é mais atual do que nunca.

Para a formação desses jovens, o exemplo de Josué de Castro é importantíssimo, tendo em vista que ele proveio da mesma classe do público-alvo assistido. Poderíamos, em verdade, passar tempo considerável elencando a série de contribuições propiciada pelo projeto de extensão intitulado Discutindo a importância da atualidade do pensamento de Josué de Castro em Escolas Públicas Municipais e Estaduais de Mossoró/RN, mas em linhas gerais podemos afirmar que viabilizar a descoberta das contradições da sociedade e a ênfase à identidade são efetivas contribuições para o jovem brasileiro, sobretudo quando impressionante crise de valores assola a juventude de hoje, principalmente no que diz respeito à apatia para a importância da educação e da cultura como molas propulsoras das transformações.

No ensejo das comemorações referentes ao centenário de nascimento do cientista Josué de Castro, cuja luta se concentrou no estudo de proposta sobre o problema da fome e na defesa da importância da paz, propusemos extensão de conhecimentos sobre o importante teórico nacional para alunos do ensino fundamental de escolas públicas municipais e estaduais de Mossoró (RN), cumprindo 50% da proposta contida no projeto extensionista.

Marca o objetivo desse projeto de extensão dinamizar conhecimentos sobre Josué de Castro e suas propostas de cidadania para docentes e discentes do ensino fundamental de escolas públicas municipais mossoroenses.

A metodologia constou de exposição sobre a vida, obras, lutas, defesas e agruras de Josué de Castro, exibição de vídeo-documentário tendo por título Josué de Castro: Cidadão do Mundo, dirigido pelo cineasta Sílvio Tendler, debates e solicitação de redações sobre o tema abordado, com ênfase à atualidade do problema da fome.

Sete escolas municipais foram visitadas na primeira etapa do projeto extensionista, cujos discentes do ensino fundamental produziram ao todo 156 textos dissertativos sobre a temática abordada, sendo que no Colégio Evangélico Leôncio José de Santana, cuja visita da equipe ocorreu no dia 27 de maio de 2008, os alunos, em um total de 65 presentes, entregaram 8 redações, sendo 100% do 9º ano. Na Escola Municipal Ronald Pinheiro Neo Júnior, cuja visita da equipe ocorreu no dia 3 de junho de 2008, os alunos, em um total de 80 presentes, entregaram 18 redações, sendo 12 do 5º ano (66,6%), 1 do 6º ano (5,5%), 2 do 7º ano (11,1%) e 3 do 8º ano (16,6%). Na Escola Municipal Dinarte Mariz, cuja visita da equipe ocorreu no dia 17 de junho de 2008, os alunos, em um total de 75 presentes, entregaram 6 redações, todas do 4º ano. Na Escola Municipal Francisco de Assis Batista, cuja visita da equipe ocorreu no dia 24 de junho de 2008, os alunos, em um total de 84 presentes, entregaram 42 redações, sendo 21 do 6º ano (50%), 10 do 7º ano (23,8%), 11 do 9º ano (26,1%) e 3 do 8º ano (16,6%). Na Escola Municipal Castro Alves, cuja visita da equipe ocorreu no dia 10 de junho de 2008, os alunos, em um total de 45 presentes, entregaram 26 redações, sendo 6 do 3º ano (23%), 4 do 4º ano (15,3%) e 16 do 5º ano (61,5%). Na Escola Municipal Joaquim Felício de Moura, cuja visita da equipe ocorreu no dia 8 de julho de 2008, os alunos, em um total de 96 presentes, entregaram 56 redações, sendo 22 do 5º ano (39,2%), 5 do 6º ano (8,9%), 8 do 7º ano (14,2%) e 21 do 9º ano (37,5%). Nenhum discente da Escola Municipal José Benjamin, cuja visita da equipe ocorreu no dia 22 de julho de 2008, entregou redação. Não obstante a ausência de textos produzidos na Escola Municipal José Benjamin, foi relevante o resultado obtido na primeira etapa do nosso projeto de extensão, tendo em vista que constatamos empiricamente a acolhida às informações transmitidas ao longo da concretização dos trabalhos, inéditas para a maioria do público-alvo, personificada na demonstração de interesse dos discentes através da elaboração de redações sobre o tema enfocado.

Na segunda etapa do projeto de extensão sobre a importância e a atualidade do pensamento de Josué de Castro, foram visitadas quatro escolas públicas estaduais, pois em razão da greve deflagrada recentemente ficou impossibilitado de contemplar todas as unidades educacionais selecionadas. Na Escola Estadual Moreira Dias, cuja visita da equipe ocorreu no dia 4 de novembro de 2008, os alunos, em um total de 62 presentes, todos do 7º ano, produziram 27 redações, ou seja, apenas 43,5% dos presentes. Na Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel, cuja visita da equipe ocorreu no dia 11 de novembro de 2008, registrou-se a presença de 69 alunos, os quais produziram 69 redações, ou seja, 81,5%, todos do 6º ano. Na Escola Estadual Santa Terezinha, cuja visita da equipe ocorreu no dia 18 de novembro de 2008, estiveram presentes 58 alunos, os quais produziram 58 redações, perfazendo um percentual de 100% dos presentes que entregaram redações, sendo 30 do 7º ano ( 51,7%) e 28 do 8º ano (48,3%). Na Escola Estadual Padre Sátyro, cuja visita da equipe ocorreu no dia 25 de novembro de 2008, os alunos, em um total de 53 presentes, produziram 19 redações, ou seja, apenas 35,8% dos presentes, sendo 8 do 5º ano ( 42,1%), 5 do 4º ano (26,3%) e 6 do 3º ano (31,6%). As Escolas Estaduais Onzieme Rosado Fernandes Maia, Paulo Freire e Sólon Moura ficaram para ser contempladas na próxima etapa do projeto de extensão em que se discute a importância e a atualidade do pensamento de Josué de Castro em escolas públicas municipais e estaduais do município de Mossoró/RN. Devido a impedimento em razão da greve docente da rede estadual de ensino do Estado do Rio Grande do Norte, deflagrada no início do mês de março de 2008, apenas 78,5% das escolas contempladas puderam ser visitadas, embora na rede municipal 100% das unidades de ensino foram visitadas e na rede estadual 57,1% puderam ser assistidas pela equipe que faz projeto de extensão sobre Josué de Castro, o qual se encontra inserido em pauta de trabalho docente do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Quando o calendário marcar o dia 24 de setembro de 2013, assinalar-se-á a triste cronologia referente aos quarenta anos de falecimento no exílio na França do médico, geógrafo, sociólogo e cidadão do mundo Dr. Josué Apolônio de Castro.

O célebre autor de Geografia da Fome (1946) e Geopolítica da Fome (1951) integrou a lista dos cassados políticos pela Ditadura Militar quando da publicação do Ato Institucional nº 1 (AI-1), o qual, além de Josué de Castro, trazia ainda nomes que também foram banidos do país e que tiveram grande importância política, social e intelectual no Brasil antes do advento do militarismo, a exemplo de Leonel Brizola, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Jânio Quadros, João Goulart, Neiva Moreira, Pelópidas Silveira, Miguel Arraes, entre outros.

Josué de Castro recebeu convites de diversos países para que cumprisse o exílio de dez anos imposto arbitrariamente pela junta militar que assumiu o poder em 1º de abril de 1964 em nosso país. Escolheu a França para vivenciar sua desdita, tendo em vista que era muito apegado às raízes, ao solo pátrio, ao Nordeste brasileiro e ao Estado de Pernambuco.

O grande cientista que presidiu o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em duas oportunidades (1952-1954 e 1954-1956), tendo sido laureado com significativas honrarias, como o Prêmio Internacional da Paz e o Prêmio Roosevelt da Academia de Ciências dos Estados Unidos, pela publicação do clássico livro Geografia da Fome, além de indicado duas vezes para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz, considerava-se injustiçado pelos militares quando de sua cassação e exílio.

Josué de Castro passou a sofrer graves crises depressivas em seu ostracismo em terras estrangeiras, não obstante ter intensificado a luta humanista e voltado a lecionar em renomadas Instituições de Ensino Superior Francesas, como a Sorbonne e Vincennes.

No Brasil, suas obras estavam censuradas, seu nome proibido e vítima de espetacular processo de exclusão da memória nacional, a qual ainda, infelizmente, perdura como resquício das imposições ditatoriais dos militares, cuja visão reacionária vislumbrava Josué de Castro como “inimigo da pátria”, um verdadeiro “traidor” dos ideais alicerçados na Ordem e no Progresso, tendo em vista a forma incisiva como meteu o dedo na ferida das desigualdades, denunciando a fome como um flagelo fabricado pelos homens contra seus próprios semelhantes e não resultado de “causas naturais” como era pensado pela Ciência distorcida que orientava a construção social em sua época.

Mesmo no exílio, Josué de Castro era monitorado pela Ditadura Militar, a qual o enxergava como “notório comunista”, pois suas ideias, independência e ousadia eram vistas como ameaças ao sistema instituído em abril de 1964, cuja ideologia desenvolvimentista primava pelo privilégio de uma minoria historicamente beneficiada em detrimento das necessidades da imensa maioria deserdada ao longo da evolução histórica e social brasileira.

As crises depressivas da maior inteligência brotada em solo brasileiro intensificaram-se em razão das constantes negativas da embaixada brasileira em dar visto em seu passaporte, o que garantiria retorno à sua terra natal. O embaixador brasileiro na França que se notabilizou pela intransigência de não permitir o retorno de Josué de Castro ao Brasil era o General Aurélio Lyra Tavares.

Faltando menos de sete meses para que se cumprisse o tempo de exílio determinado pelo AI-1, no caso dez longos anos, falhava irremediavelmente o coração do velho batalhador pelas justas causas da humanidade.

Josué de Castro faleceu em seu apartamento na capital francesa. Mesmo morto, os militares ainda viam em Josué de Castro ameaça à ordem estabelecida, pois houve uma série de exigências, como a proibição de fotografias, para que se efetivasse a permissão dos militares para que seu corpo fosse enterrado no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.

A atualidade do pensamento de Josué de Castro ainda assusta a elite dominante, tendo em vista que ainda permanece desconhecido de grande parte da população brasileira por quem tanto batalhou e empenhou sua vida a fim de lutar por melhores condições de vida para um povo sofrido que, mais do que nunca, espera por melhores dias que possam permitir usufruto de existência digna dentro dos padrões humanitários que foram intensamente pregados pelo valente pernambucano que nas décadas de cinquenta e sessenta do século passado se tornou uma das mais importantes personalidades do planeta, graças à defesa célebre da valorização do gênero humano em todas as dimensões.

 

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CARDOSO, José Romero Araújo; MENDES, Benedito Vasconcelos. Discutindo a importância da atualidade do pensamento de Josué de Castro em Escolas das Redes Estadual e Municipal de Ensino do Município de Mossoró - Estado do Rio Grande do Norte. Mossoró/RN, PROEX/UERN, 2008 (Projeto de Extensão)

CASTRO, Anna Maria de (org.). Fome: um tema proibido - últimos escritos de Josué de Castro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003

CASTRO, Josué Apolônio de. Geografia da Fome – O dilema brasileiro – Pão ou Aço. 10 ed. revista. Rio de Janeiro: Edições Antares, 1984

_____. Geopolítica da Fome – Ensaio sobre os problemas de alimentação e de população no mundo. 4 ed. revista e aumentada. São Paulo: Editora Brasiliense, 1957, vol. 1 e 2

_____. O livro negro da fome. São Paulo: Editora Brasiliense, 1957

_____. Ensaios de Geografia Humana. São Paulo: Editora Brasiliense, 1957

­­­­_____. Ensaios de Biologia Social. São Paulo: Editora Brasiliense, 1957

_____. Homens e Caranguejos. Porto: Editora. Brasília, 1967

CENTRO JOSUÉ DE CASTRO. Disponível em <http://www.josuedecastro.org.br/jc/jc.html>. Acesso em 22 de janeiro de 2013

MDS.gov.br. Geografia da Fome, de Josué de Castro, faz 60 anos. Disponível em <http://www.fomezero.gov.br/noticias/geografia-da-fome-de-josue-de-castro-faz-quarenta-anos>. Acesso em 22 de janeiro de 2013

MENEZES, Francisco R. de Sá. Josué de Castro: por um mundo sem fome. São Paulo: Mercado Cultural, 2004. 120p. il. (Projeto Memória, 8)

TENDLER, Sílvio. Josué de Castro - Cidadão do Mundo.[Vídeo–documentário]. Rio de Janeiro: Bárbaras Produções, 1996

 

SOBRE OS AUTORES

JOSÉ ROMERO ARAÚJO CARDOSO – Especialista em Geografia e Gestão Territorial (UFPB-1996) e em Organização de Arquivos (UFPB - 1997). Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2002). Atualmente é professor adjunto IV do Departamento de Geografia/DGE da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais/FAFIC da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN. Tem experiência na área de Geografia Humana, com ênfase à Geografia Agrária, atuando principalmente nos seguintes temas: ambientalismo, nordeste, temas regionais. Espeleologia é tema presente em pesquisas. Contato: romero.cardoso@gmail.com.

BENEDITO VASCONCELOS MENDES – Graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Ceará (1969), Mestrado em Microbiologia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (1975) e Doutorado em Agronomia (Fitopatologia) pela Universidade de São Paulo (1980). Atualmente é professor adjunto IV da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Ex-presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), ex-chefe geral da EMBRAPA MEIO NORTE, em Teresina-PI, ex-presidente da Fundação de Pesquisa Guimarães Duque e atual Superintendente Federal de Agricultura no Estado do Rio Grande do Norte. Publicou vários livros sobre o desenvolvimento regional, entre eles: Alternativas tecnológicas para a agropecuária do Semi-Árido (Ed. Nobel, São Paulo), Plantas e animais para o Nordeste (Ed. Globo, Rio de Janeiro) e Biodiversidade e desenvolvimento sustentável do Semi-Árido (editado pela SEMACE, Fortaleza-CE).

 

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